quinta-feira, 2 de junho de 2011

Corpo plástico - Estado errante



O corpo plástico, diferente do corpo físico, é um corpo que vibra internamente êxtases constantes, quase orgásmicos; tão cheio de intenções verdadeiras, desejos e não-desejos que não há espaço para os órgãos, se constitui em um corpo sem órgãos. O espaço interno criado a partir da compressão dos órgãos possibilita uma expansão do corpo físico, quase um corpo dilatado; e quando o corpo está nesse “estado” torna-se intuitivamente plástico e completamente estético pela via não racional.

O Corpo plástico é inevitavelmente estético, pleno de si mesmo, móvel e mobilizador. Permeia todo e qualquer espaço em um tempo único que é exclusivamente seu, é altamente criativo e transgressor, pela precisão que exerce é posto no real e no real incita outros corpos físicos a assumirem uma postura plástica expansiva e estética perante a VIDA.

Estado errante é o estado que me coloco perdida em minha própria cidade, em que busco o desconhecido dentro do conhecido, vejor o velho com novos olhos, distorço a perspectiva traçada. O maior interesse do errante, aquele que está em estado errante, estaria precisamente neste momento do desterritorializar, ou do se perder, este estado efêmero de desorientação espacial, quando todos os outros sentidos , além da visão, se aguçam possibilitando uma outra percepção sensorial. A possibilidade de se perder ou de se desterritorializar está implícita mesmo quando se está territorializado, é a busca desta possibilidade que caracteriza o errante.
(Texto de Mariana Vilela)

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